Walder Wolf

O Pará não está na moda por acaso

O Pará, com suas cores vibrantes, sons inconfundíveis e sabores únicos, desponta cada vez mais no cenário nacional e internacional. Mas, engana-se quem pensa que esse reconhecimento surgiu do nada. O sucesso do estado, que será palco da COP 30, é fruto de um esforço coletivo, um trabalho árduo e contínuo de gerações que moldaram sua identidade cultural e projetaram sua singularidade para o mundo.

A riqueza cultural paraense é um mosaico formado por estilistas, artistas plásticos, visuais, cantores, compositores, chefs e tantos outros que, ao longo das décadas, deixaram suas marcas e legados. Cada um com seu método, sua voz, seu traço e seu ritmo. Uns mais conhecidos, outros nem tanto, mas todos igualmente importantes para tecer a tapeçaria cultural que nos encanta hoje.

Do carimbó enraizado na tradição de mestres como Pinduca, passando pelo contagiante Siriá do Mestre Cupijó e pela suavidade marcante da voz de Fafá de Belém, até os modernos beats do tecnobrega e a dança envolvente do brega, o Pará revela-se uma verdadeira explosão de criatividade e autenticidade. Essa riqueza cultural vai além da música, estendendo-se aos sabores únicos do tacacá, do açaí e de tantos outros pratos que carregam o tempero da Amazônia. Cada elemento é um reflexo de uma história coletiva, forjada pela resistência, pela inovação e pelo espírito de união que define o povo paraense.

A arte paraense nunca foi sobre a glória de um só. É um movimento colaborativo, onde cada contribuição, por menor que pareça, é uma peça essencial. O estilista que traduz o imaginário amazônico em roupas, o cantor que mistura ritmos para criar algo único, o pintor que captura a alma do rio — todos têm sua parcela na construção do sucesso do Pará.

À medida que o estado ganha destaque, é importante reconhecer que o brilho atual é resultado de um longo caminho percorrido com suor, talento e determinação. Cada artista, cada iniciativa, cada esforço coletivo é como uma correnteza que, juntas, formam o poderoso rio de nossa cultura.

Que este reconhecimento crescente não nos divida em disputas sobre quem fez mais ou quem é mais relevante. A grandeza do Pará está justamente na diversidade de talentos, histórias e trajetórias. É preciso união e bom senso para celebrarmos juntos a conquista de cada degrau e nos fortalecermos como um todo.

O Pará não está na moda por acaso. Está na moda porque, há décadas, seus artistas, mestres e talentos trabalham para manter viva a essência do estado e levá-la ao mundo. Que possamos continuar construindo, coletivamente, um legado ainda maior, em que todos têm o seu lugar e a sua importância.

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